Retomando o Blog ou saindo do Silêncio......

Algo que aprendi em pesquisas acadêmicas e sempre falo para meus alunos é que o silêncio também é resposta, o silêncio em algumas ocasiões responde melhor do que as palavras. Depois de muito refletir concluo que meu blog está em silêncio; só quem é mãe, pai, cuidador entende este silêncio. 

Existe aquilo que se quer e aquilo que é possível. Ou aquilo que enquanto grávida se imagina que vai fazer (e já se tem desenhados vários projetos) e aquilo que realmente se consegue fazer após o nascimento. Há o momento de escrever, refletir e o momento de viver. Só há o quê escrever após viver. Vivendo descobri que transitamos entre superestimar e subestimar nossas próprias forças. Vivendo descobri que a maior preciosidade que temos na vida é o Tempo, que passa a ser do outro quando se escolhe ser mãe. 

Este tempo de adaptação em retornar ao trabalho e cuidar de minha filha, que acabou de completar 2 anos, foi muito difícil, cansativo, mas me trouxe muitas reflexões sobre ser trabalhadora e mãe que desejo compartilhar no blog dentro do possível. 

O Tempo...... para um filho, marido, família, vocação eu oferto meu tempo. Por ser oferta é escolha, e mesmo com algum sofrimento sempre há crescimento e novas possibilidades. Mas e o trabalho? Quantas vezes é um tempo roubado e não escolhido? 

O Tempo da mãe também faz o da criança. Em dias de frio, chuva, quando a bebê está meio amuada e tenho que tirá-la do berço quentinho para sair para trabalhar (eu não tenho parentes na mesma cidade e é muito difícil encontrar serviço de babá particular por aqui) fico pensando que a criança se torna proletária junto com sua mãe. É isso mesmo! Ela de certa forma "trabalha" pois faça chuva ou sol tem que acordar cedo e sair junto com a mãe, chega em casa junto com mãe, em tenra idade já tem que entrar no ritmo da escolinha e aproveita tão pouco o aconchego de seu próprio bercinho. Eu ainda tenho o privilégio de ter jornada de 6 horas e morar a poucas quadras do meu emprego, então passo a tarde quase toda em casa,mas mesmo assim sinto.

Há muitos ano eu assistia um documentário sobre a história do vestuário e num determinado momento quando foi abordado sobre o inicio da industrialização em massa de roupas femininas e infantis, a criação de tecidos leves, permitindo seu barateamento e acesso, foi dito algo mais ou menos assim: a roupa industrializada veio libertar a mulher (que até então confeccionava todo vestuário da família em casa) e por consequência libertou a criança que passou a poder brincar pois agora podia sujar as roupas, já que agora era simples a reposição. E com isso a mulher passou a ter também mais tempo para a criança e para outras atividades. Este documentário sempre volta em minha mente e fazendo um paralelo me ponho a pensar no meu trabalho, em tantos tipos e qualidades de relações de trabalho e emprego existem e o quanto a Gestão de Pessoas é importante para a criança, que ela pode aprisionar ou libertar também a criança. 

Eu ainda estou elaborando meus pensamentos.....




























fonte da imagem: http://www.mindfiresolutions.com/blog/2014/02/10/a-working-mothers-perspective/















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