Enquanto revisava materiais para um artigo que estou preparando, o seguinte trecho da Enciclica LABOREM EXERCENS-sobre o Trabalho Humano (Papa João Paulo II,1981) me chamou a atenção:
Ocorreu-me pensar que em muitas situações de trabalho será que estamos comendo, ou ainda, servindo “o pão que o diabo amassou?” Comecei a refletir sobre QUE PÃO ESTAMOS OFERECENDO
Nem sempre o pão nutre, nem sempre é capaz de saciar a fome, porém sempre é alimento
Uma outra situação onde o pão deixa de ser alimento pleno é quando agredido pela secura do ambiente perde seu frescor, altera seu paladar, tornando-se algo duro, que machuca, que só é engolido por força da necessidade e em situação de sofrimento. E novamente o pão para voltar a ser alimento tem que primeiro recobrar a sua própria vida se deixando banhar e aquecer.
No meio da crise que o mundo do trabalho atravessa (vide o aumento das doenças mentais relacionadas ao trabalho, o desemprego, o sub emprego, entre outros) fazendo tão atuais as palavras do Papa escritas há quase 30 anos, algo de bom pode ser tirado. A crise nos põem em contato com nossos limites e nos obriga a olhar para além de nós mesmos e nossos interesses. Lembrar que somos finitos. E reconhecer que o trabalho só se transforma em “pão” que nutre espirito, intelecto e corpo (nesta ordem!) quando se assume que só há “Pão se for nosso” e nos abrimos a pedir a cada dia o alimento que vem do Céu.
O pão não se faz sozinho.......precisa da mão habilidosa, do forno que aquece e da água que o revigora.
Que “pão” você oferece? Depende de quem vc permite que lhe sove........
Daniela
Dani, que magnífica reflexão! Adorei! Muito bem escrita e fácil de entender e compreender. Além de abordar um assunto importantíssimo para os dias de hoje, porém no qual ninguém para para pensar.
ResponderExcluirSeu blog está muito bom!
Beijos!
Excelente texto, Dani. Parabéns!
ResponderExcluirDe forma tão sucinta, você refletiu com muita profundidade e nos ajudou a pensar que frutos queremos dar com nosso trabalho.
Fernanda
Antes de mais, tomei conhecimento deste post por intermédio da Gigi.
ResponderExcluirGostei da reflexão: é assertiva e ao mesmo tempo tocante.
A crise actual tem dois aspectos interessantes:
1º) Obriga-nos a repensar a nossa filosofia de vida e a questionar as nossas atitudes pessoais perante a sociedade;
2º) Revela o pior que o capitalismo tem.
O trabalho deve ser orientado para melhorar a nossa vida na dimensão humana e familiar e não para o mero consumismo e ostentação, os quais, ao fim e ao cabo, são a raiz desta crise global.